Um dia alguém me disse que nós seres humanos somos constituídos de duas partes: uma do nosso passado e outra do que almejamos para o futuro. Esse pensamento pode ser aceito, levando em consideração que muitas vezes somos o que fizeram de nós, as vivencias e a convivência. E ainda, por vezes, somos aquilo que desejamos ser, somos “avatares” em um mundo encantado, só nosso.
Bem, saber quem realmente somos não é uma tarefa fácil, afinal, mudamos tanto não é mesmo? Mudamos as atitudes, as preferências, o jeito de “ser”, os pensamentos, os amores, as crenças, etc. Mas, como diria Darwin, mudamos porque a evolução é natural e em certas ocasiões, é necessária para a sobrevivência.
No entanto, sejam poucas ou muitas as mudanças, seja muito ou pouco bom o passado, sejam muitos ou poucos os sonhos futuros, a vida é maravilhosa. Somos únicos e especiais. Somos seres amados com a capacidade de amar, e isso nos basta. Assim, quem sabe, para conhecer e amar quem “Eu” sou, cada um precise acreditar mais em si, fazer o que tem vontade e correr atrás daquilo que quer, sem se preocupar se isso é ou não importante para os outros, mas claro, sem ser egoísta.
Com tudo isso, encerro meu pensamento com as palavras de um grande amante da vida:
“Memórias não podem ser esquecidas. O passado, uma vez vivido, entra em nosso sangue, molda o nosso corpo, escolhe as nossas palavras. É inútil renegá-lo. As cicatrizes e os sorrisos permanecem. Os olhos dos que sofreram e amaram serão, para sempre, diferentes de todos os outros. Resta-nos fazer as pazes com aquilo que já fomos, reconhecendo que, de um jeito ou de outro, aquilo que já fomos continua vivo em nós, seja sob a forma de demônios que queremos exorcizar e esquecer – sem sucesso -, seja sob a forma de memórias que preservamos com saudade e nos fazem sorrir com esperança.” (Rubem Alves)
Silvana Rosa
Educadora
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